sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Associação Humanitária festejou 109 anos de vida

“Preocupa-nos que o Centro Hospitalar de Torres Vedras possa perder a urgência médico-cirúrgica. Se isso acontecer vão morrer pessoas em acidentes, porque vão faltar ambulâncias e o tempo de percurso até às Caldas da Rainha será quatro vezes superior”, afirmou com gravidade o comandante dos bombeiros de Torres Vedras na sessão solene do 109º aniversário da associação, no último sábado, dia 13.


A solução só poderá ser encontrada com a contratação de mais bombeiros profissionais, algo que o comandante Fernando Barão não acredita que aconteça.

A sessão solene de aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Torres Vedras decorreu no salão nobre Manuel César Candeias. No ato foram entregues várias condecorações a bombeiros, dirigentes e músicos da banda.

Durante os discursos, Alfredo Candeias, presidente da mesa da assembleia geral, lembrou que aquela associação é a “menina dos olhos de Torres Vedras”, frisando o carinho que os torrienses prestam à instituição que os protege de noite e de dia.

Também o presidente da direção, José Correia, sublinhou que os bombeiros torrienses gozam de grande prestígio, para o qual contribui “a qualidade do nosso corpo ativo e da nossa banda de música”. O dirigente lembrou ainda que deve ser repensado o sistema de financiamento das associações de bombeiros, com uma comparticipação das entidades que mais beneficiam com o seu serviço, como as empresas de autoestradas ou das redes energéticas.

Referiu ainda que é necessário definir que tipo de serviços devem ser atribuídos às corporações, porque o transporte de doentes não urgentes pode ser efetuado pelas associações de socorros, libertando os bombeiros para a atividade operacional.

Neste capítulo, Fernando Barão referiu-se aos 400 incêndios, seis mil emergências pré-hospitalares e 12 mil transportes que o corpo ativo efetuou desde Janeiro deste ano, um dos quais o maior incêndio ocorrido no concelho, onde arderam 172 hectares de floresta, “provocado por mão criminosa”.

Destaque ainda para outros discursos elogiosos para a atividade da associação de Torres Vedras, como a Rama da Silva, vice-presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses; Pedro Araújo, vice-presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Lisboa; e Elísio de Oliveira, comandante operacional do distrito de Lisboa.

O último discurso pertenceu ao presidente da Câmara Municipal. “Trabalha-se muito bem nesta casa e quanto aos bombeiros podemos dormir descansados”, disse Carlos Miguel, que elogiou o corpo ativo por “honrar e dignificar o nome de Torres Vedras em todo o país”; e a banda de música, que “mudou de maestro e continua a ter muita qualidade”.

Sobre a perspectiva de o Centro Hospitalar poder vir a perder a urgência médico-cirúrgica, o edil mostrou preocupação: “é profundamente injusto que estejamos há um ano com esta espada em cima das nossas cabeças e não ouvimos uma palavra que nos descanse quanto a isso, porque estão vidas humanas em jogo”. Carlos Miguel destacou ainda o facto de a autarquia ter reduzido os seus subsídios a associações do concelho, devido a dificuldades económicas, mas decidiu manter o mesmo apoio de 386 mil euros aos bombeiros.

Fonte: Badaladas

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