sexta-feira, 2 de março de 2012

Época de incêndios antecipa-se em Torres Vedras devido ao tempo seco

O período crítico dos fogos florestais está longe de começar, mas para os bombeiros voluntários de Torres Vedras o volume de incêndios no concelho já disparou e muito por causa do tempo seco. 

Só no passado sábado, dia 25 de Fevereiro, os elementos da corporação tiveram de acorrer a 10 incêndios rurais/florestais um pouco por todo o concelho. 

“Um número completamente disparatado para esta altura, parece que estamos no verão”, afirma o comandante Fernando Barão, revelando que este mês os bombeiros já contabilizaram 58 incêndios, o que perfaz um total de 80 fogos desde o início de janeiro. 

Para além das condições atmosféricas, continua o perigo da mão criminosa, que está sempre presente. Um dos incêndios de sábado passado teve lugar na serra de Monte Redondo, com origem numa viatura automóvel incendiada às 5 horas. “Deitaram-lhe o fogo e mandaram-no pelo encosta abaixo”, propagando as chamas, conta o comandante. Outros fogos tiveram lugar nas localidades do Amial, encosta do Varatojo. São Mamede da Ventosa e Casal Barbas, entre outros.

A situação repete-se um pouco por todo o país, com a falta de chuva a transformar-se num verdadeiro dilema em vários sentidos, não apenas para a agricultura. Fernando Barão já tinha dado nota a este jornal da sua preocupação com a continuidade de um inverno seco, antecipando um verão quente. “O facto de não chover preocupa-me imenso. Provavelmente, o que vai acontecer, se o inverno for praticamente seco, é que as primeiras chuvas depois da primavera vão fazer com que o mato e os fenos cresçam substancialmente e quando vier o verão, se calhar com temperaturas muito quentes e humidade no ar relativamente baixa, estão criadas as condiçoes propícias para que haja grandes incêndios, não só no nosso concelho mas em todo o país”.

E num concelho com um povoamento florestal de 11 mil hectares e outros 11 mil de mato, “se as pessoas não tiverem cuidado poderemos ter problemas”, afirma. Esse cuidado revela-se não só na limpeza dos terrenos, mas também ao evitarem as queimadas, tendo em conta que “o fogo nesta altura propaga-se com muita facilidade, está tudo seco”, frisa aquele responsável.

Por outro lado, o número elevado de incêndios está também a provocar um aumento de despesas à corporação, que não pode contar neste momento com a ajuda da Autoridade Nacional de Proteção Civil, cujo apoio financeiro é apenas específico para a época crítica de incêndios. “É a associação que tem de suportar todos estes custos e as coisas já não estão fáceis com os transportes e agora temos mais esta dificuldade”, lamenta o comandante.

Fonte: Badaladas

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