sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Época de fogos florestais termina com prejuízo de 50 mil euros

Incêndios maiores e mais problemáticos

Os bombeiros voluntários de Torres Vedras concluíram a época de incêndios florestais com o registo de menos ocorrências do que em anos anteriores, mas com fogos florestais de maiores dimensões e em zonas muito mais problemáticas que o habitual, nomeadamente em áreas de povoamento florestal.

De janeiro até ao momento, os bombeiros contabilizaram um total de 307 fogos rurais/florestais, com uma área ardida de aproximadamente 90 hectares de mato e 172 de eucaliptal. 

Mais uma vez há suspeitas de mão criminosa em várias situações. “Sem dúvida, temos muitos fogos a começar depois da meia noite. Em Monte Redondo a PJ já confirmou mesmo que foi fogo posto. Aliás, na altura eu já tinha dito que o fogo tinha sido largado em três locais distintos muito próximos uns dos outros e isso foi confirmado. E tanto quanto sei, ainda há aí algumas situações sob investigação da PJ”, afirma Fernando Barão, comandante dos bombeiros.

Mas o que mais preocupa aquele responsável são os incêndios na floresta, até porque “não é normal na nossa zona haver a intencionalidade de largar fogo à zona de povoamento florestal”, refere Fernando Barão, que teme que “possa estar em marcha alguma mudança de atitude”.

Durante os últimos anos os bombeiros têm tido entre 400 a 500 fogos florestais por ano, “mas é no mato, nas encostas, nas serras, por interesses vários, mas na zona de povoamento florestal não há tendência, este ano houve. Espero que tenha sido apenas uma situação pontual e que não comece a decorrer com regularidade, até porque tendo em conta as grandes áreas florestais que nós temos, podemos vir a ter inúmeros problemas”, salienta.

Aquele responsável não avança com explicações para esta mudança, “não sei, as madeiras é um mundo muito complicado”.

Alguns dos maiores e mais problemáticos incêndios da época que agora findou ocorreram em Monte Redondo, com 172 hectares de eucaliptal ardidos, na serra da Zurrigueira, Serra de São Julião ou na Aldeia de Nossa Senhora da Glória.

Para além disso, os torrienses ainda saíram 71 vezes para fora do concelho, para dar apoio a corpos de bombeiros vizinhos na área do distrito, e também estiveram em Tomar e Portalegre, integrando uma coluna de Lisboa.

Prejuízos superiores a 50 mil euros

A época findou para os bombeiros com uma despesa de mais de 50 mil euros só em desgaste de material, como sejam mangueiras, agulhetas, pneus dos carros, suspensões e amortecedores entre muitos outros. “Foi um dos anos em que tivemos mais prejuízos”, afirma Fernando Barão.

Neste momento o equipamento já está operacional, “graças a um esforço de gestão muito grande por parte da direção dos bombeiros. É evidente que vai haver uma participação da Autoridade Nacional de Proteção Civil, mas a associação teve de adiantar o dinheiro para que os veículos ficassem operacionais. Foi um esforço enorme, fora o esforço do pessoal, que esse então nem se contabiliza”, considera.

Mais uma vez aquele responsável alerta para a necessidade de todos os anos as pessoas limparem o mato e o feno em redor das habitações. “Já nem digo os 50 metros que estipula a lei, já só queria que limpassem 20, pelo menos já seria o suficiente para o fogo chegar ali e parar. Sobra sempre para os bombeiros, porque as pessoas não se preocupam com estas coisas, apesar de já haver muita gente a limpar”.

Agora é tempo de pensar nos aguaceiros que se aproximam. Fernando Barão alerta também para a importância da limpeza dos sistemas de escoamento de água em casa, nomeadamente algerozes e os ralos dos quintais, para evitar problemas. “É uma obrigação pessoal de cada um, porque o bombeiro não serve para subir ao telhado debaixo de chuva, colocando a vida em risco, para desentupir algerozes”, concluiu.

Fonte: Badaladas

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