sexta-feira, 11 de maio de 2012

Morreram mais nove a caminho do hospital

A Câmara Municipal de Torres Vedras voltou a sensibilizar várias entidades governamentais, através de ofícios, para o não encerramento das urgências médico-cirúrgicas do Centro Hospitalar existente no concelho.

Na carta o presidente da autarquia, Carlos Miguel, informa que no passado mês os Bombeiros Voluntários de Torres Vedras foram chamados a intervir em 485 situações de urgência médica. “Só no mês de Abril, no transporte destas pessoas às urgências médico-cirúrgicas do Hospital de Torres Vedras, morreram 9 (nove) pessoas antes de serem devidamente assistidas”.

O autarca volta a questionar as várias entidades “se a urgência médico-cirúrgica for transferida para o hospital das Caldas da Rainha e, com isso, mediar mais 40 quilómetros e mais 40 minutos até que as pessoas em situação de urgência possam ter a assistência médica devida, quantas mais pessoas irão morrer? Mais de nove, certamente. Quem será responsabilizado? A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo [ARS-LVT]? O presidente do conselho diretivo da ARS-LVT? O Ministério da Saúde? O ministro da Saúde? O secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde? O primeiro-ministro? Esperamos que a ausência de resposta a estas questões signifique ou corresponda à manutenção da urgência médico cirúrgica no Centro Hospitalar de Torres Vedras”, é escrito no documento.

De relembrar que já no passado dia 17 de Março o autarca havia enviado um ofício ao ministro da Saúde, Paulo Macedo, onde alertava o governante para o facto de no espaço de um ano terem ocorrido 96 mortes na sequência de paragens cardiorespiratórias durante o transporte de suas casas até ao Centro Hospitalar de Torres Vedras.

Entretanto, na Assembleia Municipal, em reunião de 27 de Abril, foi aprovada uma moção por unanimidade das forças políticas com assento (PS, PSD, CDU, CDS, Independente) relativa à possibilidade do Centro Hospitalar perder as urgências médico-cirúrgicas. Segundo aquele documento, não consentem que os torrienses sejam forçados a um transporte em ambulância superior a 120 quilómetros”, sendo que tal situação “transformaria a A8 num trágico corredor de morte”.

Fonte: Badaladas

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